Quando
"Quando o meu corpo apodrecer
e eu for morta
Continuará o jardim,
o céu e o mar,
E como hoje igualmente
hão-de bailar
As quatro estações
à minha porta.
Outros em Abril
passarão no pomar
Em que tantas vezes eu passei,
Haverá longos poentes
sobre o mar,
Outros amarão
as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho,
a mesma festa,
Será o mesmo jardim
à minha porta,
E os cabelos doirados
da floresta,
Como se eu
não estivesse morta."
Poema lido por Miguel Sousa Tavares no funeral de sua mãe Sophia de Mello Breyner Andresen.
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