Arquitecto Saraiva. O CDS/PP.
O director do Expresso saiu. Pela porta pequena, ao que parece, o que para um arquitecto é desprestigiante, significando que, durante tantos anos de sua liderança, não teve a capacidade de construir uma porta maior.
Diz ele, na sua última construção editorial, que o CDS acabou. Eu, que li aquilo, podia até concordar com parte do significado daquele "acabou". Contudo, nesse mesmo texto, arquitecto Saraiva "passa a mão pela cabeça" de Marques Mendes, numa tentativa de dar lustro nos sapatos do vizinho. Ora, conhecendo nós o arquitecto Saraiva, sabemos da simpatia que ele nutre pelo partido socialista. Vê-lo agora, na despedida, a tentar lustrar sapatos ao vizinho, é algo, no mínimo, duvidoso. A não ser que, esse lustro, tenha um segundo significado, um significado desprovido de pundonor, mas a soar a falsete.
No que ao CDS diz respeito, é com pena que o vejo estar onde está. Nestas eleições autárquicas, ganhou 16 câmaras coligado com o PSD e uma sozinho. A que ganhou sozinho, é uma ilusão pensar-se que o mérito é CDS. Se Daniel Campelo concorresse pelo Partido Humanista teria vencido na mesma.
Falar das três câmaras que o CDS perdeu, isso sim é urgente, para perceber o que falhou e porque falhou. Após esse estudo, não ter medo de o dizer. Cara a cara com os militantes e simpatizantes. O ridículo da coisa até se inicia nos Açores, quando se perde uma câmara como a do Corvo, onde pouco mais de 300 eleitores votam. O que falhou aí? Merece análise!
A perda de Marco de Canaveses e Oliveira do Bairro, parece-me a mim que, foi pura falta de tarimba e de uma política de líderança, por parte da direcção do partido.
As 16 ganhas em coligação também contam, não tão expressivamente, mas contam. O CDS tem nelas o seu quinhão. No entanto, não vale a pena atirar areia para os olhos, pois todos sabemos que esse quinhão de pouco vale sozinho, o que torna o CDS um partido de acrescentos, isto é, acrescenta valor (leia-se votos), ao valor do PSD. Mas, isso também o fazem, em alguns casos, o PPM e o MPT, pela simples razão que, por um se ganha, por um se perde. Não é por isso que PPM e MPT ganham epiteto de vencedores, porque, na realidade, não o são. E, este actual CDS/PP está assim, a trilhar o caminho para, também ele, não o ser. Infelizmente.
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