terça-feira, maio 31, 2005

O talho de Sócrates e o fornecedor Constâncio

Por mais tempo que passe, eu continuo incrédula... Constâncio, Governador do Banco de Portugal, não tinha conhecimento(?) de tão alargado défice... Como é que é possível? Mas então pagam-lhe para quê? As consequências no país já todos conhecemos, mas onde estão as consequências pessoais? Que eu saiba, Constâncio mantêm-se. Incólume. Além de que, o dizer que desconhecia os valores do défice parece ter resolvido - para o PS e para si próprio - a questão de culpabilidade.
Se eu pedir uns bifes tenros e o homem do talho me vender uns bifes duros como a sola do sapato, eu nunca mais lá vou!... Mas ele se calhar também me vai dizer que foi o fornecedor que o enganou. Contudo, ele sofre, porque perde a cliente, e eu, porque comprei o que não desejava. A diferença entre o talhante e o Governo PS reside apenas no universo abrangente. Mantendo os fonecedores, ambos ganham para si a culpa dos "enganos".

Além disso, assusta-me poder pensar que um dia, Constâncio venha a ter pretensão presidencial.